[Second Wind] Parte 2

"Ah, toda."

O garoto então suspira.


"Devo concordar com o Williams-san, apesar da pose."

Hibiki se aproxima de Natsuki.


"Você o seguiu o dia todo, de acordo com o que disse, se você já esperava algo do tipo, o que lhe impediu de ajuda-lo ou impedi-lo antes. Retrospectivas são fáceis, mas você parecia estar ciente do que poderia acontecer com ele."


"Por que sua solução foi esperar o pior acontecer?"

- ... eh. - ela soa em dúvida.

- O Daisuke não teria se colocado em perigo por nós - ela força muito seu japonês.

A memória mais fresca de Nakagawa Yasushi era dor, uma dor extremamente forte. Na qual ele já estava acostumado durante todos os anos que passou internado no hospital. E ao seguir a luz para a morte, Nakagawa é levado para uma sala cheia de computadores e servidores. Ele estava completamente pelado e em pé.

Um zumbido de ressaca da morte ainda o traz de volta...

Uh? O que está acontecendo aqui? Estou morto? Quem são essas pessoas? Isso aqui é o pós-vida?

E nesse momento o garoto repara suas partes íntimas expostas e suas roupas de hospital dobradas a sua frente. Mas o mais peculiar, é que ele estava de pé. Fazia em cerca de 8 anos que Nakagawa não conseguia movimentar suas pernas e usava de uma cadeira de rodas para se locomover. Mas desta vez, ele estava de pé, sem ajuda alguma, idêntico as cenas em seus sonhos.

Mas este fato desestabiliza o jovem, no qual sente suas pernas tremerem e o jogarem para trás, em um claro sinal de desequilíbrio. Afinal, faziam 8 anos que não usava dos movimentos de suas pernas. Não era ou parecia natural para ele. E ele acaba caindo para trás e derrubando alguns computadores, cabos e servidores junto, deixando-o numa forma completamente atrapalhada.

Ele tenta se mexer, mas não obtém muito sucesso. Então ele se agarra pelos fios e cabos e se ergue novamente, e logo tenta ficar em pé novamente. Porém suas pernas não se equilibram e ele vai ao chão. Deitando próximo à suas roupas, na qual ele faz questão de tentar vestir. E ele demonstra uma certa facilidade em colocá-las sem movimentar suas pernas. Quando ele termina de se preparar, ele olha para o grupo, no qual parece estar discutindo uma questão extremamente delicada. Então o garoto fica quieto simplesmente observando tudo. E no momento em que alguém se aproxime dele, o garoto tenta redirecionar suas palavras num tom baixo, parecendo que o garoto estava falando para dentro.



- Com licença, poderia-me explicar, o que está acontecendo? Que lugar é este?

- Ah... - ela se vira pro garoto, sorriso no rosto - nós estar no meio de uma coisa, pode falar com aquela menina ali - ela aponta pra A.I - ela saber te explicar perfeitamente, perdão, meio rude, mas precisar resolver tudo isso.

Aiko morde seu lábio inferior. Como que alguém consegue ser tão...tão... egoísta? Fria? Simplesmente usar alguém dessa forma, simplesmente deixar ela pra morrer, e continuar sem fazer nada.

Ela lembra de quando aquele cara perguntou pra ela onde o seu time estava.

Ela lembra de que, se ela dissesse onde eles estavam...

"Se você, Kaoru-san, encontrasse outro membro do grupo sendo atacado, você faria alguma coisa para ajudá-lo ou fugiria?"



"Você não me conhece. Você não faz ideia. Você, você- "

Ela não consegue colocar sua raiva em palavras, ela apenas começa a respirar pesado.



"Sua filha da puta. Sua babaca. Não aja como se o que você fez fosse a única resposta. Sinceramente? Foda-se Daisuke. Foda-se se ele merecia ou não. Mas... Eu não confio que você é alguém que nosso time deveria confiar. Sua atitude é apenas de um monstro frio. eu- Eu..."

Ela respira fundo. Não vale a pena. Não vale a pena. Ela só se afasta de Natsuki e fica no seu canto.



"I should never trust other people like that. Never. Fuck her."

Polly percebe que Hibiki chamou atenção pra ele na discussão e então sai da janela da desassociação, indo pra outro canto qualquer onde só esteja ela.

 

"Entendo... não posso dizer que você está incorreta sobre como ele agia."

Hibiki suspira novamente.


"Deveras infortuno."

Ele então olha para o novato e dá alguns passos na direção dele.


"Perdão por nosso comportamento em seu primeiro dia. Poderia por favor se vestir? A garota no outro lado da sala pode te explicar melhor sobre o que está acontecendo."

"... idem. O sentimento é o mesmo. Drop fucking dead."

AliceIsDead escreveu:
"Kaoru-san, prease watchi youru ranguage"

"Hibiki... not now."

Ela tenta ignorar todos da sala, esperando tudo acabar.

- Você não estar fazendo um bom trabalho em parar de puxar a corrente, Riki.

- Você perdoar um estuprador assassino que largar a gente numa luta que ele começar, mas não perdoar Natsuki por se livrar dele num momento de... de... - ela se perde nas palavras - momento de tensão, você estar puxando os elos, os elos que importar, não os fracos.

Uma estrangeira? Que inusitado, ela parece uma das atrizes de algum filme estrangeiro que minha mãe colocou na televisão.

Antes do garoto fazer alguma coisa ele é abordado por uma criança.

Tem uma criança aqui também? Este lugar realmente é bem diferente, me lembra as diferentes pessoas que eu vi no Hospital...



- Ah! Garotinho, eu mo- Uh? Então eu realmente estou morto?

Coloco minha mão sobre meu peito. Não sinto batimento cardíaco nenhum. Eu realmente estou morto. Mas como posso estar respirando e interagindo com essas pessoas?

- Garotinho, este lugar é o pós-vida?

Sua pergunta parece extremamente séria, e Nakagawa tenta se levantar novamente, se apoiando suas costas inteiras e braços sustentando o garoto, para que não caísse ao chão novamente. E então Nakagawa se recorda de seus últimos momentos, ele realmente tinha morrido, isso não havia dúvidas, mas precisava saber se este lugar era um pós-vida, de alguma forma.

- Mas respondendo sua pergunta, jovem garoto. Foi Leucemia. Estágio Rai IV, basicamente câncer em um estágio extremamente avançado e grave.