[Second Wind] Parte 3

"Tome o tempo que quiser pra ficar aqui, mas... Eu só falei com Kazumi duas vezes em minha vida, essas duas vezes foram em menos de uma semana, a ultima foi logo antes de eu matar ela... Claro eu já sabia que ela tinha matado o próprio pai pois eu vi ela carregando seu corpo montanha acima e enterrando ele, claro na época ela ainda era humana."

Ela então vê Riki mencionar os crimes que Kazumi cometeu....
Chiyoko dá um imenso sorriso, revelando para Riki seus dentes bizarramente afiados, não como os de Aiko mas mais similares a de um animal.


"Ah... Eu fico imensamente feliz em saber disso..."
"Afinal, isso confirma TUDO que eu li neste livro aqui."
Ela diz, levando a "Bruxa do tabuleiro" para perto de seu rosto.
"Você quer saber, Williams?"
"Saber quem realmente Kawano Kazumi?"
Ela então pega um pequeno objeto de um bolso em seu vestidinho e põe ele sobre a mesa.

É um oculos vermelho, parcialmente carbonizado e com uma de suas lentes quebrada.
Com certeza os óculos de Kazumi.

"Eu queria te dar isso, Williams... Como uma memoria dela... Porém... Se você aceitar estes óculos... Você vai ser obrigado também a aguentar a verdade que eles carregam..."


"Você vai aceitar? Ou vai continuar vivendo em ignorância sobre quem realmente era sua melhor amiga?"

"Good boy..."
Ela diz, em inglês perfeito.


A garotinha então pega o livro da bruxa do tabuleiro e começa a rapidamente folheá-lo, capitulo por capitulo.


"Primeiro de tudo, Kawano Kazumi foi uma pessoa que sofreu abuso físico e psicológico extensivo por conta do próprio pai e isso parece ter irreparavelmente danificado sua psiquê."
"Aparentemente assim que Jurieta nasceu, Kazumi pensou em perpetuar o ciclo de abuso abusando de sua irmã mais nova porém ela mudou de ideia, dá pra ver isso nos primeiro capítulos... Especificamente quando.... Pelo que eu entendi... Quando seu pai agrediu Jurieta."


"É aqui que fica divertido: No capitulo seis e sete 'O amor da Bruxa do tabuleiro' e 'A existência da Bruxa do tabuleiro.' da pra ver claramente a extensão da obsessão de Kazumi por sua irmã, tornando Jurieta sua genuína unica razão de existência, tomando todo o abuso que recebia em dobro apenas para protege-la..."
"E no capitulo oito, temos o clímax! Onde ela confessa que mata o próprio pai."
"Muito nobre até agora não? Uma pobre garota toma seu destino com as próprias mãos e destrói o seu abusador, podendo ser finalmente feliz em paz com a pessoa que ela mais ama..."
Chiyoko olha nos olhos de Riki, arregalando eles enquanto dá um sorrisinho.


"ERRADO."

"Ela vai proteger Jurieta de tudo, TUDO."
"Isso inclui de qualquer coisa minimamente dolorosa, qualquer erro insulto menor contra essa garotinha será retribuído com ódio e força excessivos."
"Kazumi não conseguia parar, Jurieta era cúmplice também, ficando quieta sobre todo tipo de atrocidade que sua irmã cometia, ah por favor não pense que aquela garota era inocente e estupida, afinal ela matou uma garota e logo após se suicidou não? Ninguém inocente faria isso..."


"Eu vou listar cada capitulo, e cada um desses algo que ela confessa."
"Nove: A Maldição da Bruxa do Tabuleiro -  ameaça,constrangimento ilegal, divulgação de segredo, expor a vida de alguém a perigo iminente."
"Dez: A Conexão da Bruxa do Tabuleiro - extorsão, furto"
"Onze: A Razão da Bruxa do Tabuleiro - induzimento ao suicídio"

"Doze:As Saudades da Bruxa do Tabuleiro - lesão corporal grave, homicídio, sequestrou o bebê da 'oponente dela' e abandonou ele num esgoto"
"Treze: Alumbramento da Bruxa do Tabuleiro - assédio sexual, estupro, homicídio"
"Quatorze: A Epifania da Bruxa do Tabuleiro - incêndio"
"Ah e se prepare, você vai ver muito mais incêndios no futuro."
"Quinze: A Memória da Bruxa do Tabuleiro - assédio sexual, estupro, homicídio, incêndio."
"Dezesseis: A Melancolia da Bruxa do Tabuleiro - estupro de vulnerável, homicídio, incêndio."

"Dezessete: O Nascimento da Bruxa do Tabuleiro  - estupro corretivo, homicídio, incêndio"
"OH! Algo interessante sobre esse capitulo, este parece estar falando sobre uma 'personagem fictícia' na qual eu agora tenho certeza que é real, aquela tal de 'Kokoro Hiyori' do noticiário, este é sobre Kazumi não só violentando a garota como também matando os seus dois pais... Curioso, não?"
"Dezoito: O Massacre da Bruxa do Tabuleiro - ameaça, divulgação de segredo, homicídio, incêndio."
"No capitulo dezenove ela não confessa nenhum crime, mas no vigésimo: 'Ódio' ela confessa mais um homicídio."


"Sabe ela parecia ter um grande apego a causar incêndios... Hey não foi um dia desses que uma garota do terceiro ano do seu colégio morreu em um incêndio junto com toda sua família? Que coincidência néeee?"
"Me diga, Williams, quantas vezes você já foi na casa de Kawano Kazumi? Quantas vezes você já teve uma conversa com Jurieta? E se você tivesse dito algo errado? E se você tivesse acidentalmente pisado em seu pé? Talvez menos... Esbarrado em Jurieta? Você já parou pra pensar nisso? Com quem você estava realmente se envolvendo? Que perigo você e todos que você amam estavam correndo só por apenas estar no mesmo local que aquela garota habitava?"

Riki se retira e sai da floresta, correndo em direção à casa de Polly.

Ele bate em sua porta e espera.

- ENTRA! - Polly grita da sala, onde ela está colocando balões enquanto parte da comida borbulha em panelas.



Pochi ficou encarregado de usar Crying in the Devil's Arms pra prender balões, fitas e outras decorações no quintal.

Pochi está sentado no sofá, enchendo um balão com sua boca. Ele termina e tem uma certa dificuldade em amarrá-lo, mas consegue. Então ele olha pra Riki, que acabou estava entrando pela porta e acena para ele.


Oh! Tio Riki! Bem vindo a sua festa que ainda não é a sua festa por que ela ainda não começou! Agora com licença.



Quando Pochi diz isso, duas raízes vão em direção a porta, cada carregando um arranjo de balões amarrados uns nos outros. Elas param na frente de Riki, esperando ele sair da frente.

Ele dá licença para Pocchi e vai entrando, andando em direção à Polly

- Desculpa, eu fiquei distraída, você precisa falar só comigo?

Ela solta um balão que desinfla e bate contra a cara de Pochi.

Riki dá de ombros e acena com a cabeça, linguagem oficial pra "Eu realmente não gostaria de falar isso abertamente diante de uma criança"

- Pochi, os adultos precisam conversar, ok? Já voltamos.

Polly gesticula pra que Riki siga ela, e sobe as escadas até um dos quartos abandonados.

As raízes vão até a parte de fora e colocam os balões em cada lado da porta. Pochi havia terminado de encher outro balão quando é atingido na testa pelo balão que Polly soltou. Ele sai desce do sofá para pega-lo e rapidamente senta-se de novo e começa a enche-lo.

juanenglish escreveu:

- Pochi, os adultos precisam conversar, ok? Já voltamos.

Tudo bem! Divirtam-se!

Pochi continua enchendo balões como se sua vida dependesse disso.

Ele senta no chão, encostado na parede

Riki respira fundo, fecha os olhos por alguns segundos, se preparando mentalmente.

E fala o que aprendeu sobre Kazumi. O que a Ai explicou na casa dele, o que a Chiyoko disse, as inúmeras atrocidades que a menina cometeu, e as irmãs.

Ele não segura absolutamente nada, nem se acha capaz de segurar, ao menos por enquanto.

Ao terminar, ele fecha os olhos por alguns segundos novamente

Riki fica de cabeça baixa, em silêncio

A expressão de Polly passa de um sorriso, pra completo horror e depois pra um sorriso triste de novo.

- Riki... - ela põe uma mão no ombro de Riki. - eu... eu não poder dizer que entendo o que você estar passando... quando eu ficar sabendo que Kazumi se matou eu... eu ficar brava, muito brava... - ela pressiona os dedos no ombro musculoso de Riki - e saber disso... saber que ela era uma pessoa... uma pessoa assim... eu achar que uma parte de mim se sentir melhor com isso.

Ela suspira.

- Riki, eu não sei como você estar sentindo, mas o que você QUER estar sentindo agora?

O professor e as alunas ficam bastante confusas, tentando entender quem raios abriu a porta.
Nariko porém apenas encara Durandal, sem dizer nada.


"......"