DISSONANCE

- Da Capo al Coda -

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Nadya:

Você se encontra em Homburg, uma pequena cidade no norte da Califórnia. Mais especificamente, você está numa sala de médio porte e retangular. As paredes estão forradas por uma espuma acústica escura, gasta e mal colocada. Holofotes e luzes multicoloridas estão posicionadas no teto, desligadas, e o chão é liso, mas não liso o suficiente para você deslisar nele enquanto sóbrio. Você está encima de um pequeno palco, olhando para uma mesa coberta, onde estão uma mesa de som, tocadores de vinil e um MacBook Pro. Sentado em uma cadeira está um homem que aparenta ter uns 25 anos. Ele está de fones de ouvido, olhando intensivamente para a tela do MacBook e tapando sua boca ao segurar seu queixo. Depois de um tempo de silencio, ele retira os fones de ouvido. A feição dele não é nada amigável.



- Olha, menina, não tem nenhum jeito amigável de falar isso então eu só vou ser direto. Não dá pra tocar essa merda aqui não. A gente tem uma reputação pra manter, não dá pra só botar qualquer um que se acha DJ pra tocar aqui.



- E me explica que PORRA é essa?

Ele aponta pra pro arquivo "megalovaniathingillthinkofabetternamelater.mp3" na tela do MacBook.

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Aria:

Você está no 7-Eleven de Stetson. Ele é frio, iluminado demais e cheira a produtos de limpeza e sorvete ruim. Você caminha até a máquina de Slurpee Self-Service e olha os sabores disponíveis:

-Blue Lightning Blast
-Crystal Light Orange Pineapple Ice (Sugar Free)
-Kissin' Cousin [ADULTS ONLY]
-Purple S-cream
-Black Cherry Pepsi [SOLD OUT]
-Coca-Cola

Antes que você possa se servir, você ouve 2 vozes saindo de um dos corredores. Ao olhar naquela direção, você vê um rapaz com roupas e um chapéu verde e branco, segurando uma cenoura de borracha. Ele está "conversando" com uma mulher de meia idade baixinha, vestindo roupas caras. Ele parece cansado, ela parece cansá-lo.



ANDREW "DREW" ROMERO.

-Se formou em Design. 
-Único funcionário do 7-Eleven.
-Extremamente cansado.

- Senhora, os dois brinquedos tem a mesma função, não tem por que-

- Mas isso é uma cenoura! O Guderian é carnivoro.

- Certo, certo, eu esqueci desse detalhe. Bem, você pode pegar aquele hambúrguer que está logo al-

- Esse hambúrguer tem MOSTARDA! O Guderian não gosta de mostarda. Pegue aquele que está ali em cima.

Ela aponta pra um brinquedo de cachorro em formato de hambúrguer, que está fora do alcance dela. 

- Sim, claro, mas é o MESMO brinquedo. Ele também tem most-

- Só faz o que eu mandei você fazer.

- *Siiiigh*. Tá aqui.

Ele entrega o hambúrguer na mão da mulher.
 
- Esse tem MOSTARDA!!!


Andrew olha diretamente para você. Ele não parece bem.

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Crissy:

Você se encontra nos bastidores da Madison Square Garden em NY. Você esperava que sua primeira vinda aqui fosse para aproveitar um show e não trabalhar nele, mas você ainda está animada em estar aqui. Você consegue ouvir gritos adolescentes abafados pelas paredes grossas que te rodeiam e uma música animada saindo da mesma direção dos gritos. Enquanto você anda se rumo pelos corredores dos bastidores, você dá de cara com uma mulher alta, ou, pelo menos, um pouco mais alta que você (talvez seja por causa dos saltos) de roupas sociais e usando um aparelho bluetooth em seu ouvido direito. Ela olha nos seus olhos por um tempo antes de te analisar dos pés a cabeça, sem nunca mudar sua expressão séria. Ela então começa a falar com um sotaque levemente japonês, porém com um inglês bem fluente.



- Você é a menina do Craigslist? Está atrasada. Você devia ter chego a uma meia hora atrás.

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Sherisse:

*Todo o Russo foi traduzido para o português pelo seu bem estar. Porém, algumas palavras foram mantidas em cirílico para drama adicional.



Atualmente é uma tarde fria de um sábado comum. Você passou boa parte de seu dia em casa terminando trabalhos de faculdade e praticando violoncelo, no entanto nesse exato momento você você está sentada na sala lendo Anna Karenina pela... terceira vez? Quarta? Sétima? Meh, não importa, é um bom livro. Seu pai está perto de você, assistindo TV em um volume baixo. Isso é algo normal na sua residência, então você está acostumada com o barulho. Ele parece estar vendo uma reportagem sobre "Sinais Alienígenas" ou alguma coisa parecida que foram descobertos pela região, ou seja, nada que seja muito do seu interesse. Depois de um tempo lendo, você sente o seu celular vibrando. Você percebe que recebeu algumas mensagens de Ivan, seu companheiro de classe.

(4) безумный парень Иван:

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Jacky:

Você está correndo. Você não sabe exatamente pra onde está indo, mas você está correndo o mais rápido que você consegue para longe de sua casa. Qualquer lugar a esse ponto é melhor do que lá nesse momento. Você consegue ouvir os gritos enraivecidos de seus pais que, por mais longe que estejam, parecem ficar mais perto. Você não consegue ouvir o que eles estão falando, a adrenalina não parece deixar você entende-los. Porém você sabe que eles estão brabos e que se você continuar lá, eventualmente eles vão descontar em você. 



Você começa a se afastar cada vez mais da sua casa e a se aproximar mais da cidade. Você não sabe se é real ou não, mas a sensação de que eles ainda estão atrás de você começa a ficar mais forte. Você pretende ir em direção a cidade? Talvez você queira se esconder na floresta? Quem sabe agora você possui algum outro caminho em mente?

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Meyiou:



Você está em uma ala extremamente vazia de um hospital. Você foi informada que ela estava ficando cada vez mais fraca e esse provavelmente era um dos últimos dias de vida dela, então você foi recomendada a vir. O clima frio dos corredores parece acentuar ainda mais o cheiro neutro de produtos de limpeza desse lugar. Você está sentada em uma cadeira não muito confortável esperando ser chamada por um enfermeira. Você está extremamente cansada, mas cada vez que você acaba fechando os olhos e acidentalmente dormindo a sensação gelada da parede em sua nuca acaba te acordando. Eventualmente, depois de minutos de espera (que pareciam horas), uma enfermeira se aproxima de você. Ela continua com uma expressão profissional enquanto fala com você, porém você ainda percebe traços de pena em seu rosto.


- Senhorita Qishan, sua mãe está pronta para vê-la.

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Hayden:

Você está jogando osu! no seu computador. Você está se divertindo.

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Ok, maneiro, seven-eleven, bora tomar um slushie, uhm, kissin' cousin... por que diabos esse nome...

- Droga, sem black cherry pepsi.

Oh, que isso? Ah, é só o Andrew se fodendo de novo, uhm... talvez se eu ajudar ele...

Crissy tira os seus fones de ouvido (muito chato ter que parar MY BROTHER IS GAY do THE VANDALS no meio da música, mas fazer o que...!)

Nadya dá um pulinho no lugar.

"Aw stop it man essas são beats perfeitamente boas..."

Se esse cara não me aceitar eu vou ter que ir procurar emprego em Stetson... Ou pior... Eu vou ter que arranjar um emprego de gente normal, um nine to five... Ou talvez eu tenha que abrir um Onlyfans... Oh no no no no no no nooo...


"E 'essa porra' ai é hm... Bem, parte do meu grande projeto... Hehe."
Nadya então faz uma cara triste, juntando os braços e movendo a cintura de um lado pra o outro.


"E uuhm... C'mon dude... Give little Nadya a chance... I'll do anything really... I mean it."

Please please please please please please please please please please please please please please please please please please please please please please please please please please please please please please please please

"hmmm, é, pra uma adaptação em Osu!mania até que não ficou ruim"

Hayden coça o queixo por alguns segundos olhando para seu score quase perfeito.


"Mas Bangin' Burst é realmente difícil de adaptar pra 7k........"

Ele para por alguns segundos.


"Por que eu to falando sozinho?"

Hayden não estava.

Nadya:

O homem olha para seu rosto com a mesma expressão que ele estava fazendo dês do primeiro momento que você chegou aqui.


- ...

- Que parte de "reputação" você não entendeu? Eu não vou só deixar você trabalhar aqui por quê você me deu um blowjob ou o que quer que seja que você quis dizer com isso.

Ele retira o pendrive do Macbook e o entrega novamente para você.

- Só sai daqui e leva suas músicas de merda junto. Tem um outro cara que tá pra vir aqui daqui a uns cinco minutos e eu preferiria que você não estivesse aqui quando isso acontecesse. Entendido? Ótimo.

Antes mesmo que você possa responder, ele anda para outro lugar da danceteria, deixando você completamente sozinha.

Você acaba de perceber que ele nunca te disse o nome dele.

Aria:

Andrew fecha os olhos, retraindo seu rosto e botando a mão em sua testa.


- AAAaah!!! Porra, Aria, não grita, i'll be right there. Eu já resolvo isso. Senhora, só um minuto, eu vou checar o storage.

A esse ponto, a mulher está furiosa, apesar de aparentar muito menos do que realmente está.

- Ora, seu... Eu... I want to speak to your manager!

- I am the manager, I think...

Diz o rapaz cansado, enquanto entra no armazém. Depois de alguns minutos, ele volta com um cachorro-quente de borracha e o entrega para a mulher. De onde você está, não parece ser diferente dos outros. As pontas dos dedos de Andrew estão levemente avermelhadas.

Ela olha atentamente para cada detalhe do cachorro-quente, aproximando-o ao seu rosto.

- This... will suffice.

Ela entrega o dinheiro para Andrew e sai do Seven-Eleven, aparentemente feliz com sua compra. Andrew caminha até o caixa e se joga em uma cadeira de escritório localizada logo atrás do caixa. Depois de alguns segundos de silêncio, um Andrew completamente destruído emocionalmente começa a falar com você, ainda deitado em sua cadeira, olhando pro teto e com seus braços caídos.


- Mano, eu acho que eles vão descontinuar o slurpee de Black Cherry Pepsi. Faz, tipo, uma semana que não mandam os refills. E eu sei lá por que, eu acho que ainda tão fazendo Black Cherry Pepsi.

Crissy:


- Isso não é um problema. Bem, é um grande problema, você chegou atrasada. Só fique feliz que tínhamos roadies reservas, ou você estaria extremamente encrencada. De qualquer modo, siga-me por favor.

A mulher guia você pelos mesmos corredores pelos quais você caminhava sem rumo até uma porta em uma parte do Square Garden que parece ser mais distante do palco, já que os gritos e a música japonesa estão bem mais baixos. Ela abre a porta, mostrando uma cena horrível, porém esperada.



É um camarim. Pelo menos, era um camarim, até o que aparenta ter sido um furacão punkrock passar por aqui. Os espelhos estão rabiscados com onomatopeias, bigodes e óculos, todos feitos com batom; Há embalagens de doces, salgadinhos e bebidas gasificadas espalhadas por todo o chão; Há baquetas por todos os cantos, cabos embolados e uma guitarra reserva caída de cara no chão, coitada. É uma situação completamente caótica, e claramente algo que você não foi contratada para resolver.

- As meninas estavam um pouco agitadas demais por estarem na América e causaram quite a ruckus. Eu gostaria disso resolvido até o final do show, eu não gostaria que elas fossem vistas como "desorganizadas" e "desrespeitosas" para a imprensa americana.

Sherisse:

Seu pai para de olhar para a TV por um instante para falar com você.


- Huh? Ah, дочь, se você estiver indo no Gustav, compre um pacotinho de Sushki pra mim. Tem jogo amanhã e nós estamos sem закуски.

Assim que você termina de se arrumar e está prestes a sair, o seu pai novamente fala com você, dessa vez sem deixar de olhar a TV.

- Não chegue muito tarde, дорогая.

Após uma meia hora de caminhada, você chega em um dos lugares que você mais frequenta: O Gustav. O bar não é muito grande, porém é aconchegante o suficiente. Sentado sozinho em uma mesa de madeira do lado de fora, com um copo de vodka quase terminado, está Ivan, usando parte do tracksuit que ele quase sempre é visto usando. Ele vê você se aproximando a distancia e sorri, acenando em sua direção


- SHERI! Мой любимый собутыльник! Como você está, cукин сын?

Ivan Sharapova Sidorov

-Сумасшедший парень
-Хороший друг
-Полный пьяница

Meiyou:

Ao você mencionar a expressão em seu rosto, a enfermeira se envergonha e cobre sua boca com sua mão.


- O-oh. Me desculpe, Senhorita Qishan. Eu certamente imagino que você é forte o suficiente para lidar com tudo isso, já que eu acompanhei algumas de suas ultimas visitas, mas...

O olhar de preocupação volta no rosto dela.


- ...Ela realmente não mostra sinais de melhora. Ela também não se comunica com ninguém da nossa equipe a algumas semanas e acreditamos que ela também não conseguirá se comunicar com você. Apenas esteja preparada para isso, eu... sinto muito.

Sem dizer mais uma palavra, a enfermeira guia você pelo caminho de sempre até uma sala de hospital como qualquer outra.

Você está de frente ao quarto de Fang Qishan.

Hayden:

É claro que você não está falando sozinho, mas você não sabe disso ainda.

Você continua jogando osu! e continua se divertindo. Isso até uma notificação de Telegram (Você não tinha desligado isso?) aparece na sua tela, te distraindo e fazendo você perder um full combo.

Você vê oito mensagens de Kevlar, com quem você não fala a MUITO tempo. Você não sabe o que ele quer e também não sabe se você quer saber.

Você vai responder as mensagens? Ou vai continuar a ignorá-las?

*AVISO* - Ao abrir esse spoiler, você estará visualizando as mensagens, fazendo com que Kevlar saiba que você as viu. Seja honesta, Ghostie

( 8 ) Kevlar:

"...."
"Wow what a fucking cunt..."
Não vou deixar ele só escapar assim...

Nadya faz algo que ela particularmente não gosta de fazer, mas a situação a chama para isso, ela conhece o tamanho que tem e a sua capacidade pulmonar, pra garantir que ele escute.


"Você é um puta cuzão, sabia!? Eu não fiz nada pra você pra lhe dar motivo pra me tratar assim! Argh..."
"You literally made Adolf Hitler get off his dick throne in the midst of the flames of hell, walk into the bathroom, and sob quietly in the corner of a shower. He held a bottle of cheap whiskey in his shaking hand, no longer secure in his position as world's least likable human being..."

Nadya então funga com toda a sua força e dá uma cusparada extremamente catarrenta no chão antes de sair em passos pesados do lugar.


"....Fuckin' hell."
Wow mano mas que filha da puta, ele é o motivo pelo qual pessoas não vão tanto a clubes mais.... Teve a pandemia também mas ugh...

Nadya então segue o caminho de volta para casa, muito puta.

Tsc, esperado, não dá pra confiar nessas empresas mesmo... bom, vou ter que tomar outra coisa, o que vai ser... monster? não, isso é tão 2019, tirando que eu não sou nenhum tipo de e-girl, uhm...

Eh, olhando assim... o Andrew é até meio bonitinho se ele não fosse tão cansado.

Depois que a madame vai embora, Crissy coloca seus fones de ouvido de novo e começa a limpar.

- Puff, puff Acha que conseguimos escapar? Eu corri tipo muito Vivi, papai tem problema na perna que ele usa pra não ir trabalhar e ir beber e a mamãe é meio gorda então eu acho que escapei deles hahahaha, mas eu ainda escuto eles, eles estão perto? Será que eu não corri o suficiente Vivi?

A garota começa a pensar em voz alta e entra em pânico.



- Se eles me pegam aqui eles me levam de volta e me tiram você dessa vez, papai vai me bater, mamãe vai me bater, eu vou ser levada pra igreja, vão falar que eu tenho espirito ruim, eu não tenho espirito ruim eu tenho espírito de Jacky só! Eu só quero tocar música e conhecer música e ficar com você Vivi! Eles não entendem isso, eles riem de você, riem de mim, maltratam nós duas, eu não quero voltar! Não! Então eu tenho que correr! Mas ainda escuto as vozes deles, eu tô com medo de voltar pra lá, eu não gosto de lá, lá não gosta de mim.

Até que ela para um pouco e olha pra cidade, abrindo um sorriso.



- AH, VERDADE! Jacky não tem que pensar! Ela só tem que ir! Vivi pensa pela Jacky! Vivi é a esperta! Então eu não preciso ter medo! Vamos só correr, juntas somos incriveis hahahahahaha! Vamos nessa Vivi! Direção dos prédios legais e bonitos!

Ela vai até a cidade.

Nadya:

Por mais que ele não aparenta ter reagido, você sente em sua alma que ele ouviu isso e essas palavras vão assombrá-lo pelo resto de sua vida. Você venceu.

Você sai do clube a passos pesado, demonstrando toda a sua ira. Ao sair ao lado de fora, você percebe que está escuro. Bem escuro. Você não estava esperando sair tão tarde assim para casa, mas você não se preocupa. Afinal, você está em Homburg. Você não acha que assaltos ou coisas desse tipo aconteçam em Homburg, ou pelo menos você nunca ouviu falar disso acontecendo no curto tempo em que você esteve aqui. Você segue o caminho para casa, agora que você está longe daquele lugar, de uma maneira muito mais calma.



Mesmo não sendo muito longe de sua casa, ainda é uma caminhada grande. Você anda pelas ruas semi-escuras de Homburg, iluminadas por postes de luz fracos, alguns que até não funcionam por falta de manutenção. As luzes dos poucos semáforos espalhados por aí fazem um melhor trabalho de iluminar o seu caminho. Porém, por todo o lugar que você caminha, a cada curva que você faz, você não deixa de notar que a cidade parece estar completamente vazia. Você nota que não vê nenhuma pessoa ou carro em toda a sua caminhada...

...até que você vê uma mulher.

Ela está a uns 500 metros a sua frente, andando em sua direção, na mesma velocidade que você. Ela parece ter a sua altura, o que é ao mesmo tempo estranho e reconfortante.

Você não consegue ver mais detalhes do que esses.

Aria:

Andrew levanta a sua cabeça em sua direção, porém permanece deitado.


- Isso... É uma boa pergunta. I mean, eu acho que sempre foi assim? Cê lembra do Thompson? Ele trabalhava sozinho aqui também. Quando eu vim pra cá no meu primeiro dia só tava ele aqui pra receber. ele desesperadamente me entregou as chaves do lugar e saiu gritando "I'm free! I'm free!" enquanto ele tirava o uniforme e jogava ele no chão.

- What a weird fuckin' guy... Anyways, Aria, cê já decidiu o que vai levar? I really wanna go fucking sleep.

Crissy:

Você começa a giga-faxina do camarim. Você começa a retirar a pichação dos espelhos, a remover as embalagens do chão, tudo enquanto você escuta grandes "bops" e "jams" em seus fones de ouvido, completamente ignorando uma pequena caixa de som localizada no canto superior de uma das paredes que está transmitindo o show em um volume baixo.

Não se passa nem uma hora quando você termina de limpar o cômodo inteiro. O camarim inteiro está brilhando. Parece que a bagunça não era tão grande quanto parecia.

Você parece estar livre desse fardo.

Sherrise:

Gustav olha para você com seus olhos marrons brilhantes, sua careca cintilante e seu bigode e barba grandes como sempre. Sem mudar a expressão séria e um pouco intimidadora de seu rosto, ele faz um sinal de "OK!" com as mãos e te trás uma garrafa de vodka aberta e um copo que já foi enchido para você, como Gustav sempre fez.


- Haha! Будто, Sheri.

Ele fala e dá uma golada de seu copo, agora completamente vazio. Ele se serve de mais vodka enquanto continua falando com você.

- Anatoyle, Serbryakova e o Ivan Ботан estão estudando, aparentemente. Estão preocupados com a semana de provas. O Ivan Чудак foi pra Ivangorod por que queria "ver os círculos alienígenas mais de perto" ou uma бред сивой кобылы desse tipo.


- Mas eu sabia que a minha собутыльник não ia me deixar na mão. E é melhor mesmo assim, eu não iria querer importunar os outros com os meus неприятности.

Ele parece estar bebendo a algum tempo. Ele vai começar a ficar emotivo.

Jacky:

Vivi, sua melhor amiga, concorda silenciosamente com sua escolha.

Você se aventura cidade adentro, recebendo olhares dos moradores que te reconhecem, alguns olhando com pena, alguns olhando para você com olhares amigáveis, alguns completamente te ignorando.

Porém, você não pode parar de correr. Seus pais ainda podem te alcançar. Todas essas pessoas que te viram podem te dedurar para eles. Como Vivi sempre diz para você, você não pode confiar em nenhum deles. Você deve ir para seu esconderijo e para o lugar onde tudo isso começou.


O ferro-velho local de Round Top.

Meiyou:

Você sai dos corredores gelados do Hospital para uma sala moderadamente morna, aonde sua mãe está deitada em uma cama, conectada a algumas máquinas as quais suas funções você não conhece, além de metade de um saquinho de soro fisiológico, com mais dois pendurados de reserva para quando esse acabar.



Sua mãe não está muito diferente, além de estar ainda mais pálida do que o normal e completamente magra demais. Se ela não estivesse coberta e usando uma roupa de hospital você conseguiria claramente ver suas costelas. Como esperado, ela não reage a sua presença. Ela permanece em silêncio, olhando para fora pela janela do quarto. A televisão da sala está ligada em um canal aleatório, passando algum programa aleatório do qual ningúem que esteve nesse quarto jamais prestou atenção, muito menos Fang Qishan.

Você pode tentar falar com ela.

H̶ayd̷e͏n̢:

Suas mensagem são recebidas e lidas imediatamente. Kevlar começa a responder rapidamente. Falar com alguém conhecido depois de tanto tempo lhe esquenta um pouco o peito, mas ainda te deixa levemente ansioso.

(10) Kevlar:

- Errr, uh, hmmmmm - Aria põe o dedo na boca e pensa - me dá um monster sabor wasabi e seu número de telefone, você tá muito sozinho aqui, we should hang out more.

Sabe, talvez aquele cara não era tão ruim assim, talvez ele fosse uma pessoa legal tendo uma dia péssimo e eu fui o alvo da frustração dele... Acho que comparar ele a Hitler foi um pouco demais?
Mas ao mesmo tempo ele nem disse o próprio nome, que tipo de pessoa faz isso?
Nadya pensa enquanto anda por ai, a rua vazia surpreendentemente a deixa calma, fazendo ela apreciar o grande espaço livre, as vezes até se aventurando a andar no meio da estrada, ela nem pensava em olhar o próprio celular, a falta de pessoas a a segurança da cidade pequena a confortava naquele momento.

"Maybe all i needed was some fresh air and a total lack of social interaction..."

"A não ser que eu seja mais uma vitima do Homburg Spooky Man..."
(Ela acabou de inventar isso.)
Nadya continua aproveitando sua caminhada até que... Ela vê a mulher.

Claro, é só uma pessoa... Claramente outra mulher assim como Nadya porém naquela cidade minuscula ela tinha certeza que ela era a unica garota de um metro e oitenta e cinco centímetros, de fato nunca em sua vida ela havia encontrado outra menina com a sua altura, Nadya começa a lembrar de suas fotos na escolinha, onde ela ficava atrás da fileira junto dos meninos.


"Hard times for little Nadya.... E eu deveria parar de falar tanto comigo mesma..."
Mas é realmente estranho, achar outra mulher do meu tamanho... Talvez eu devesse falar com ela.
Digo... Pode ser um homem com cabelo longo? Não não ela tem curvas demais...

"wut?"

Hayden dá um alt+tab veloz para pesquisar seu nome nas leaderboards, nada, nenhum score.

Tudo em seu jogo parecia normal, eles ainda estavam salvos localmente mas não podiam mais serem enviados para avaliação.


"Aw.... fuck no no no no no."

Crissy, assim que termina de limpar o camarim, ajeita os óculos escuros (que estavam perigosamente baixos, um crime, um erro a nunca ser cometido) e se olha no espelho, fazendo uma pose ROCK AND ROLL em seguida.

Ela se senta numa das cadeiras por um momento, só pra descansar um pouco.

Nadya:

Você continua a caminhar sem receio em direção a sua casa, com a mulher andando na direção contrária, se aproximando.

Quanto mais ela se aproxima, mais você começa a prestar atenção nela. Você começa a tentar reparar mais detalhes nela, porém isso esta sendo mais difícil do que você pensava. Olhar diretamente para ela lhe causa um certo desconforto aos seus olhos. Olhar para ela é como olhar para uma pintura realista extremamente desbotada, suas "cores" completamente esbranquiçadas e "washed-out". Além disso, você vê que ela parece não mover as pernas ao andar, simplesmente deslizando para frente. E finalmente, quando você chega perto o suficiente, você enxerga...

it's like looking into a mirror:

Aria:


- Monster Wasabi??? Bro, esse é tipo o pior fucking sabor.

Andrew se levanta e anda até um dos refrigeradores, retirando uma lata verde NEON EXTREMO de dentro dela e seguindo seu caminho de volta ao caixa.


- Ok, vai dar três dolares e cinquenta centa-

- Peraí, meu número? Uuuuuuuuuuuuuuhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh sure! Calma aí.

Andrew pega uma caneta e uma caderneta de seu bolso e escreve o número do seu celular em um pedaço de papel. Ele rasga o papel fora e o entrega para você.


- Here you go, bro.

Crissy:

Você nunca sentou em uma cadeira tão confortável como essa. O acolchoado se molda perfeitamente ao seu quadril, tornando o simples ato de sentar em uma experiência incrível. Claramente os artistas que passam por aqui são tratados muito bem.

Seu momento de relzaxamento, porém, dura pouco. Você ouve, mesmo usando fones de ouvidos, muitas baquetas caírem no chão atrás de você. Com um leve susto você se levanta para olhar para elas e percebe uma linha reta de batom passando entre todos os espelhos. Você se aproxima dos espelhos e leva outro susto quando a lata de lixo também cai, despejando todo o seu conteúdo no chão.

Em questão de instantes, o camarim está tão sujo quanto estava antes.

Você não sabe bem ao certo se isso é algo da música que você está ouvindo ou não, mas você tem a impressão de ter ouvido uma risada infantil bem baixinha.

Sherisse:

Ivan, depois de um gole longo, olha para você. Seu rosto agora demonstra uma leve preocupação.


- ...

- Eu estou indo para г. Москва em três dias. Minha família me chamou. Meu pai ele... Ele foi morrer justo agora, дерьмовый отец. Eu preciso voltar pra cuidar de minha мать e provavelmente vou ter que dar uma pausa na faculdade.

- Eu nem estou preocupado por causa de meu pai, aquele mудак, несчастный cукин сын. Ele mal esteve na minha vida, a única coisa decente que ele fez foi me fazer aprender a tocar flauta transversa.

- O que mais me preocupa é sair daqui. Deixar tudo pra trás, tudo que eu já construí aqui. Pensar nisso me deixa mal, como um удар в живот.

- Sheri, você não estava procurando um intercambio para a Америка? Você não fica nervosa? Você não pensa em tudo que pode perder aqui? Como eu faço pra só... Parar de pensar nisso? Дерьмо.

Jacky:



Por mais estranho que pareça, esse lugar te deixa tranquila. É um dos poucos lugares onde você se sente segura, assim como também é um dos poucos lugares em que Vivi fala com você sem o auxilio de um amplificador. Um rádio quebrado próximo a você liga, e dele você ouve a voz baixa e calma de sua amiga.


jackyjackyjackyJacky, ViVi não pode fazer música agora. Jacky esqueceu o amplificador em casa.
Malditos instrumentos eletrônicos, nem para fazerem essa guitarra ser uma semi-acústica.

- ViVi está cansada. ViVi odeia ver você sofrer. ViVi quer que tudo isso acabe. ViVi quer ser feliz junta de Jacky. ViVi pode fazer tudo isso parar se Jacky quiser.

Meiyou:

Sem resposta. Sem reação. Sua mãe continua a olhar para fora da janela. Você sabe que ela não está morta, pois consegue ver ela respirando por baixo dos cobertores. Ela realmente não vai reagir a nada.

Você está adorando cada segundo disso.

Você pode continuar, se quiser. Não há nenhuma consequência.

Hà̸y̧͘d҉̵̡e̴͝n:͝

( 8 ) Kevlar:

Ouvir as notícias de seus scores de osu com certeza foi desorientaste. O ranking pelo qual você trabalhou duro por tanto tempo havia sumido como se nunca houvesse existido. Mas manter a calma é essencial no momento. Claramente isso já aconteceu antes e não deve ser difícil de concertar. Você abre o seu navegador de internet e entra nos fórums de osu, buscado alguma resposta sobrHayden Pierce levanta-se de sua cadeira com uma explosão de auto estima e energia. "Este não é o momento de ficar no meu quarto choramingando, me distraindo do mundo com jogos eletrônicos e me sentindo como uma pessoa extremamente patética como eu fiz durante toda a minha vida. Este é o momento para a ação e emoção!", pensou Hayden Pierce, imediatamente fechando todas as aplicações em seu computador, sem ter tempo para responder o seu pobre amigo que se sentiu ignorado e sozinho por todo esse tempo. Então, um Hayden Pierce repleto de motivação se encontra parado em seu quarto, sem saber como utilizar este sentimento tão poderoso. Hayden Pierce está perdido, sozinho, sem rumo na vida, completamente isolado de tudo e todos que já fizeram parte de sua vida, mas não mais ficará assim. Hayden Pierce quer mais. Hayden Pierce quer ter mais objetivos de vida. Hayden Pierce quer se sentir vivo outra vez!

Hayden Pierce gostaria de fazer parte de algo maior...

N͝ã̵̶ó̀ ̸̕é̷ mès͠m̸̢ó, H͏à̸yde̡̢n̴͢͝ ̷P̷i̴͡e̢rc̴e͜͜?̷̀