[Second Wind] Parte 3

- Certo, no que eu posso ajudar vocês então? 8 mãos são melhores que 6. Se não precisarem de ajuda...Eu queria bater um papo com o Pochi.

- Pocchi, ir conversar com tio Akira, a gente se virar aqui.

Oh, ok!

Pochi pega na mão de Akira e o guia em direção ao seu quarto. Chegando lá ele pula em cima de sua cama e senta-se nela.


Sobre o que você quer falar, Tio Akira?

- Isso realmente importa? Não é como se mais gente soubesse disso de qualquer forma, e esse vai ser um segredo nosso okay?

Akira se senta de pernas cruzadas e para diante do garoto, olhando diretamente em seus olhos.



- Sabia que eu só me tornei legalmente uma pessoa faz um ano e meio? Até eu ser adotado, eu era um ninguém. Eu já tive sua idade e tive muita raiva, a diferença é que eu não tinha uma shadow, mas eu tinha uma faca. Mas eu posso falar que esfaquear alguém multiplas vezes e o que a Crying in the devil's arms faz não soa tão diferente...



- Os outros já falaram com você sobre... Raiva não é? O que te falaram?

Hibiki abraça Aiko enquanto ainda no chão, não aguentando mais o que ele viu. A dor de observar duas mortes em tão pouco período de tempo afetou como o garoto pensava.

Enquanto ele ouvia as doces palavras de Aiko dizendo que ela faria tudo por ele, ele não conseguia parar de pensar no quanto aquilo estava errado. Hibiki não merecia ser protegido, ele deveria estar protegendo. Isso estava errado, isso nunca esteve tão errado, essa situação estava errada em seu núcleo.

Era hora de acabar com essa situação.

Hibiki se ajoelha na frente de Aiko limpando suas lágrimas.


"Me perdoe, Aiko, eu não devia estar agindo assim."

Ele esfrega seus olhos algumas vezes.


"Eu ainda não me acostumei a ver pessoas morrerem assim, e eu só tentei fugir de tudo agindo dessa forma."

Hibiki suspira.


"Eu não posso aceitar que você me proteja se eu também não for capaz de te proteger! Eu não posso ficar sentindo medo toda vez que eu vejo um Shadow Body!"


"O Rook pode ser forte, mas eu continuo sendo... sendo um riquinho covarde..."

Hibki pega em uma das mão de Aiko, beijando as costas da mão dela antes de fecha-la em um punho.


"Então por favor..."

E então com um sorriso fraco ele traz o ponho dela até sua bochecha e diz:


"...Você pode me acordar desse pesadelo? Não precisa de muito, só o bastante pra que eu não pense mais em fugir"

Posição: Defensiva

"E-eu sei que você quer me proteger também mas.. eu ainda preciso.. te recompen-"

Ele coloca seu punho contra a bochecha dele.



"..eh? EEEH?! T-te MACHUCAR? Mas! Mas..!"

Ela disse que faria qualquer coisa mas... que primeiro pedido complicado. Por um lado, ela não queria machucar Hibiki de maneira alguma, mas por outro lado, ela não sabia direito o que fazer para ajudar ele, e era algo que ele pedia para ela fazer. Talvez a dor que ele quase nunca sentiu em sua vida fosse algo que fosse tirar esse choque horrível dele.

O que fazer, o que fazer...



"Eu não quero te machucar!! Mas... mas... se é isso que você quer... eu faço..."

Com a mão livre ela cobre o rosto pra não ver o resultado. Ela levanta seu punho timidamente, tremendo, e tenta dar um soco no rosto de Hibiki. Ela hesita um pouco, e tenta não ser muito forte, mas forte o suficiente para ele sentir dor.

Posição: Defensiva.

Hibiki tem seu rosto dobrado para o lado com o impacto e cospe um pouco de saliva.

Está marcado e vermelho, a mão de Aiko também doi.

"GAH!!"

Hibiki esfrega o bochecha que levou o soco por alguns segundos.


"Obrigado, Aiko..."

Hibiki então abraça a garota de novo.


"Obrigado por me trazer pra realidade."

Hibiki sentia a dor em sua bochecha, ele deixa a dor ficar e se espalhar, a dor mantem ele na realidade, a dor mantem ele forte.

Aiko está nessa realidade, mantendo ele forte.


"Agora.. Er.. Tem algo que eu possa fazer por você?"

Ela abraça ele de volta.

"Aa, é, depois de hoje eu acho que ninguém mais está no humor pra uma festa mas eu aceito assistir um filme ou jogar com você de novo ou..."

Ele então nota o nervosismo de Aiko


"Espera, o que tem de errado com sua mãe vir visitar? Ela talvez entenda o por que você parou de ir pra escola."


"Eu posso te ajudar a voltar a estudar, se você quiser."

Ela começa a bagunçar o seu cabelo muito nervosa, e então esfrega o seu rosto.

Ela puxa a mão de Hibiki pro seu computador, tentando evitar que essa conversa horrível continue.

- Certo, pode jogar fora tudo o que as duas falaram, a Polly tá certa sobre muitas coisas, mas não existe isso de controlar a raiva e a Kazumi...



- Tomar no cu papo de esquizofrênico do caralho, como assim odiar e amar ao mesmo tempo ela era drogada e maluca, meu deus do céu que ódio.



- Por exemplo, você gosta da tia Polly, não é? Tem como controlar o quanto você gosta ou deixa de gostar dela? Não tem. Com a raiva e o ódio é assim também. Você não controla, você aprende a viver com eles. Eu sei que tem hora que dá vontade de matar um filho da puta.



- Você acha que eu controlo alguma coisa? Quando eu preciso, eu EXPLODO. Eu só encontrei maneiras melhores de explodir. Xingando pra caralho é uma delas, principalmente quando é algo fora do seu controle. Quando é sobre uma pessoa, você pode xingar a pessoa pra caralho, quando é em um discussão, você pode bater na pessoa pra caralho, é mais satisfatório que matar, porque se ela encher o saco de novo, você bate mais uma vez, eu fiz isso com o Daisuke por exemplo. E eu tô falando bater fisicamente, sem Shadow. Só bate com shadow quem não se garante na porrada.



- E esses sentimentos só estão aí dentro porque... Não te entregaram outros, mas agora é diferente...Pouco a pouco essa raiva vai diminuir, ela nunca vai embora, mas ela diminuindo já serve. Entende? Mas acima de tudo... Não importa o que ninguém te fala, você encontra seu mecanismo de controle tá ligado? Eu só tô falando o que funciona pra mim... Aliás não precisa me chamar de tio.

Akira fecha o punho e extende para Pochi, em um fist pump.



- Pode me chamar de Aniki. Agora vamos testar esses palavrões aí, vai, me xinga.

- Vê se poder, Kazuko, deixar o menino falar palavrão, ter que esperar ele fazer 10 anos antes.

- Eu tô ensinando nada não, não é Pochi?

O rapaz pisca pro garoto.

Oh?


C-certo, Aniki!

Pochi dá um soquinho no punho de Akira.


Mas, eu não tenho nenhum motivo pra xingar você. Eu acho que eu nunca fiquei com raiva de você, Tio Aki- Aniki.

Então a cabeça de Killing Bites entra BERRANDO NO QUARTO DO POCHI (QUARTO DO POCHI), fazendo ele cair sobre sua cama.

- Relaxa, depois treinamos isso. Agora vamos ver se suas tias malucas e p — Ele se corrige antes de começar a falar peitudas. — Grandes precisam de ajuda okay? E qualquer coisa, pode falar comigo.

Riki abre a porta da casa de Polly

Com certa expressão de contragosto, Riki suspira