Depths Far Below

A água continua caindo sobre vocês como uma constante membrana. As pobres pessoas ao redor, com suas feições mórbidas e esqueléticas, seu cabelo caído exceto por alguns tufos e seus olhos negros e vazios, sacodem de um lado para o outro seguindo os movimentos violentos do navio, encaram o horizonte desesperançosos e, de vez em quando, soltam um baixo gemido de dor. Ninguém fala nada, não há sobre o que falar.

O barco se aproxima aos poucos de uma ilha, com uma imensa montanha que se ergue do mar escuro, se afunilando a medida que cresce e culminando em um pico íngreme, algumas centenas de metros acima. Apesar da chuva que cai sobre a água, um dos lados da montanha está fortemente iluminado pela luz do sol.

O enorme barqueiro, ainda totalmente indiferente aos seus passageiros, continua remando o barco como se ele fosse uma jangada. Ele se ergue sobre vocês uns bons 7 ou 8 metros, com quatro asas escuras saindo de suas costas. Ele veste apenas uma túnica cor de fuligem em trapos, e seu rosto estranho possui 5 olhos que fixamente visam o destino que se aproxima, a montanha.


No deque lotado do barco, alguns passageiros estão amontoados entre os pés descalços do barqueiro, enquanto outros menos afortunados foram pisoteados com descaso.

Mais alguns minutos se passam até que o barco chega até o final de um longo píer de tábuas antigas e escurecidas, aonde o barqueiro lança sua âncora. Com movimentos de seu remo, ele começa a empurrar vocês e os outros passageiros para fora da embarcação e para o cais comprido, derrubando algumas pessoas na água durante a confusão.

Movidos pela enorme massa de corpos, vocês também desembarcam sobre as tábuas de madeira que a primeira vista parecem incapazes de suportar o peso de tanta gente. Com expressões perdidas, as almas que desembarcam andam numa procissão morosa pelo cais, em direção à terra firme.

Vocês sete, ainda providos de algum semblante de raciocínio e emoção humana, fazem o possível para se desvencilhar da multidão e seguir para uma pequena ramificação à direita do píer principal, aonde uma única alma perdida está sentada nas bordas do cais, com as pernas pendendo sobre a superfície do mar. Ao lado dele, alguns centímetros sobre o chão, um pequeno brilho flutua, soltando uma fumaça branca que cai sobre o chão e se dissipa, como fumaça de gelo seco. No meio da fumaça, vocês podem ver pequenas letras brilhantes flutuando, formando-se e sumindo rapidamente no meio da névoa.

"Se afaste! Saia de meu caminho!"
Gottfred vai empurrando bruscamente os seres desalmados sem se preocupar com o que acontece depois, alguns deles até caindo na água, a bruxa se prendendo em suas costas apenas rindo algumas vezes.

O cavaleiro vai andando até a alma perdida mas antes que ele possa dizer algo a bruxa põe um dedo em frente a fresta de seu capacete.

"Com licença, você parece ter um pingo de sabedoria... Você pode nos dizer onde estamos?"

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A alma perdida não responde à fala humana, ao invés disso apenas observando indiferente o horizonte.

Vargo observa mais de perto as letras que se formam na superfície da névoa. Elas parecem se juntar para formar palavras antes de desaparecerem novamente.

Gottfred se ajoelha próximo à névoa para permitir que Herene a estude com mais cuidado. Ela estende sua mão para encostar na fumaça flutuante e então uma voz soa, como se estivesse se originando do meio do brilho.

"Definitivamente não era o que eu estava esperando." A voz declara. "Eu estava esperando que depois da morte eu fosse aparecer em algum tipo de paraíso, ou talvez no inferno, não nessa maldita ilha escura e encharcada. Eu suponho que a única opção é seguir em frente. Se você está ouvindo isso, eu recomendo que faça o mesmo.

Você irá precisar de uma arma. Armas tem diferentes tipos de ataques, que podem causar diferentes tipos de dano. Sinta-se a vontade para experimentar nas almas perdidas, elas não podem revidar."

A alma perdida cai sobre o chão, o vento saindo de seu ar no momento em que a foice impacta contra seu torso, e ele logo é pisoteado pelas outras almas que a seguem.


Em seguida, Gottfred saca sua espada e faz o mesmo com outra alma.


A alma perdida cai no mar, seu corpo rapidamente sumindo abaixo da superfície escura.

Siete saca sua cimitarra e, com um arco largo, desfere um golpe contra a cabeça de duas das almas perdidas.


Vargo bate com seu cajado em uma das almas perdidas.


A procissão de almas continua seguindo morosamente pelo píer, lentamente deixando vocês para trás.

A frente deles, uma escarpa lamacenta e íngreme leva ao pé da montanha.

Vargo saca sua rapier e se aproxima de uma das almas errantes que anda para longe.


Com isso, vocês decidem continuar seguindo pelo píer em direção à terra firme. No entanto, o cais é comprido como um quebra-mar, e mais alguns metros a frente, vocês encontram outro pedaço de fumaça branca flutuando sobre o chão de tábuas, próximo a uma alma perdida que se encontra sentada com as costas para um dos pilares de sustentação, seus joelhos próximos do peito e a cabeça segurada entre suas mãos.